domingo, 23 de agosto de 2009

Manguaça Cultural

Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia, cansados de tanto mexer, e com serviços ainda por terminar os
escravos simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora?

A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo, fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o "azedo" do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome "PINGA". Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o
nome de "ÁGUA-ARDENTE". Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.

(História contada no Museu do Homem do Nordeste)

Não basta somente beber, tem que conhecer.

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